Por Érika Lima
O surpreendente musical Cantando na Chuva está dentre os indicados ao grande prêmio da academia nas categorias melhor atriz coadjuvante (Jean Hagen) e melhor trilha sonora (Lennie Hayton). A cerimônia da 25º edição do Oscar será transmitida pela TV no dia 19 de março. Aliás, pela primeira vez na história do cinema, o evento que acontecerá no RKO Pantages Theater, em Hollywood, poderá ser visto por milhões de americanos.
Cantando na Chuva tornou-se popular pela cena em que Gene Kelly dramatizou a dança na chuva com tamanha naturalidade, que o fez parecer flutuar pela rua, com exuberância alegre e juvenil. Ele recebeu no ano passado um Oscar honorário em reconhecimento à sua versatilidade como ator, cantor, diretor e dançarino, além de sua contribuição para o aperfeiçoamento da arte da coreografia no cinema.
Kelly não só atuou mas também dirigiu o filme em parceria com o diretor Stanley Donen. Os roteiristas contratados pelo produtor Arthur Freed ambientaram o musical para o ano de 1927, quando surgiram os primeiros filmes chamados “talkies” e Hollywood sofreu o choque do cinema falado. Nesse período de transição do cinema mudo ao sonoro surgem os musicais. O novo gênero foi um sucesso, principalmente na época que coincide com a Depressão dos anos 30 decorrente do “crack” da Bolsa de Nova York. Diante dessa fase difícil, as pessoas buscavam diversão e os musicais proporcionavam esses momentos.
Como o som e a música atraíam o público, os produtores viam nos filmes sonoros, em especial os musicais, um grande potencial financeiro. Assim, não só a indústria cinematográfica teve que se adequar ao uso do som em seus filmes, mas também os atores precisaram superar as dificuldades do novo método, principalmente com relação à voz, o que os levou a procura de professores de dicção. Claro que alguns deles se negaram a trabalhar sob o efeito de tal novidade, como o formidável Charles Chaplin ao declarar na época que “O som aniquila a grande beleza do silêncio!".
É nesse contexto que a trama tem início. Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen), dois grandes astros do cinema mudo, chegam ao conhecido Grauman's Chinese Theater onde haveria a estréia do filme O Patife Real estrelado por eles. Na saída, Don foge da multidão pulando sobre as capotas de carros, até cair dentro do conversível de Kathy Selden (Debbie Reynolds). A garota afirma ser uma atriz de teatro e não conhecer a fama dele no cinema. Ela diz que basta assistir um filme para conhecer todos os outros, e que é no teatro que existem atores de verdade. Eles brigam e ela foge. Isso deixa Don preocupado com a qualidade de sua interpretação e alguma semanas depois ele desabafa com seu amigo e pianista Cosmo (Donald O’Connor). Nesse ponto inicia-se um dos melhores e também mais divertido dos números do musical, “Make’em Laugh”, interpretado por O’Connor, que está, sem dúvida, sensacional e hilário.
Durante a produção do próximo filme estrelado por Don e Lina, O Cavaleiro Duelante, o produtor entra em cena e, como o primeiro filme falado O Cantor de Jazz está sendo um grande sucesso, ele exige que a nova produção seja sonora também. Lina, por ter uma voz estridente e uma pronúncia lastimável, torna-se um empecilho e uma preocupação para Don. Na verdade Jean Hagen não tinha aquela voz, mas interpretou tão bem a personagem, que sua indicação para o Oscar foi mais do que justa.
Kathy e Don se reconciliam e ele se declara para ela. Cosmo ajuda Don a pensar em como resolver o problema com o filme. Ele sugere que seja feito um musical no qual Kathy dublaria Lina. Alegre com a solução do problema e depois de ter beijado Kathy na porta da casa dela, Don sai pela rua dançando e cantando na chuva. Nesta cena a chuva foi feita com a mistura da água e leite para aparecer melhor na tela, Além disso, Kelly a realizou queimando em febre.
No dia seguinte, Don expõe a idéia ao produtor do filme. Ele gosta da possibilidade de fazer um musical e muda o nome do filme que se chamaria O Cavaleiro Duelante para O Cavaleiro Dançante. Ao expor suas idéias, Kelly narra um número no qual ele e a estonteante Cyd Charisse dançam. A estréia do filme faz um grande sucesso e o público pede que Lina cante. Don pede para Kathy dublar Lina por trás das cortinas, e quando ela o faz, as cortinas sobem e todos descobrem que a portadora daquela bela voz é na verdade Kathy Selden. O filme termina com o casal diante do cartaz de Singing in the Rain (Cantando na Chuva), produção na qual eles são os protagonistas.
Todas as características do cinema musical das décadas anteriores foram reunidas por Stanley Donnen e Gene Kelly, que conseguiram realizar uma espécie de síntese de toda a essência do gênero.
Desde sua estreia em abril do ano passado, Cantando na Chuva, que ao final havia custado US$ 2,5 milhões, foi um sucesso de bilheteria. Foram vendidos milhares de guarda-chuvas, impermeáveis e outros artigos que multiplicaram os ganhos da Metro Goldwyn Mayer em Merchandising.
Cantando na Chuva, definitivamente, é uma grande homenagem e uma declaração de amor a Hollywood.
Cantando na Chuva tornou-se popular pela cena em que Gene Kelly dramatizou a dança na chuva com tamanha naturalidade, que o fez parecer flutuar pela rua, com exuberância alegre e juvenil. Ele recebeu no ano passado um Oscar honorário em reconhecimento à sua versatilidade como ator, cantor, diretor e dançarino, além de sua contribuição para o aperfeiçoamento da arte da coreografia no cinema.
Kelly não só atuou mas também dirigiu o filme em parceria com o diretor Stanley Donen. Os roteiristas contratados pelo produtor Arthur Freed ambientaram o musical para o ano de 1927, quando surgiram os primeiros filmes chamados “talkies” e Hollywood sofreu o choque do cinema falado. Nesse período de transição do cinema mudo ao sonoro surgem os musicais. O novo gênero foi um sucesso, principalmente na época que coincide com a Depressão dos anos 30 decorrente do “crack” da Bolsa de Nova York. Diante dessa fase difícil, as pessoas buscavam diversão e os musicais proporcionavam esses momentos.
Como o som e a música atraíam o público, os produtores viam nos filmes sonoros, em especial os musicais, um grande potencial financeiro. Assim, não só a indústria cinematográfica teve que se adequar ao uso do som em seus filmes, mas também os atores precisaram superar as dificuldades do novo método, principalmente com relação à voz, o que os levou a procura de professores de dicção. Claro que alguns deles se negaram a trabalhar sob o efeito de tal novidade, como o formidável Charles Chaplin ao declarar na época que “O som aniquila a grande beleza do silêncio!".
É nesse contexto que a trama tem início. Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen), dois grandes astros do cinema mudo, chegam ao conhecido Grauman's Chinese Theater onde haveria a estréia do filme O Patife Real estrelado por eles. Na saída, Don foge da multidão pulando sobre as capotas de carros, até cair dentro do conversível de Kathy Selden (Debbie Reynolds). A garota afirma ser uma atriz de teatro e não conhecer a fama dele no cinema. Ela diz que basta assistir um filme para conhecer todos os outros, e que é no teatro que existem atores de verdade. Eles brigam e ela foge. Isso deixa Don preocupado com a qualidade de sua interpretação e alguma semanas depois ele desabafa com seu amigo e pianista Cosmo (Donald O’Connor). Nesse ponto inicia-se um dos melhores e também mais divertido dos números do musical, “Make’em Laugh”, interpretado por O’Connor, que está, sem dúvida, sensacional e hilário.
Durante a produção do próximo filme estrelado por Don e Lina, O Cavaleiro Duelante, o produtor entra em cena e, como o primeiro filme falado O Cantor de Jazz está sendo um grande sucesso, ele exige que a nova produção seja sonora também. Lina, por ter uma voz estridente e uma pronúncia lastimável, torna-se um empecilho e uma preocupação para Don. Na verdade Jean Hagen não tinha aquela voz, mas interpretou tão bem a personagem, que sua indicação para o Oscar foi mais do que justa.
Kathy e Don se reconciliam e ele se declara para ela. Cosmo ajuda Don a pensar em como resolver o problema com o filme. Ele sugere que seja feito um musical no qual Kathy dublaria Lina. Alegre com a solução do problema e depois de ter beijado Kathy na porta da casa dela, Don sai pela rua dançando e cantando na chuva. Nesta cena a chuva foi feita com a mistura da água e leite para aparecer melhor na tela, Além disso, Kelly a realizou queimando em febre.
No dia seguinte, Don expõe a idéia ao produtor do filme. Ele gosta da possibilidade de fazer um musical e muda o nome do filme que se chamaria O Cavaleiro Duelante para O Cavaleiro Dançante. Ao expor suas idéias, Kelly narra um número no qual ele e a estonteante Cyd Charisse dançam. A estréia do filme faz um grande sucesso e o público pede que Lina cante. Don pede para Kathy dublar Lina por trás das cortinas, e quando ela o faz, as cortinas sobem e todos descobrem que a portadora daquela bela voz é na verdade Kathy Selden. O filme termina com o casal diante do cartaz de Singing in the Rain (Cantando na Chuva), produção na qual eles são os protagonistas.
Todas as características do cinema musical das décadas anteriores foram reunidas por Stanley Donnen e Gene Kelly, que conseguiram realizar uma espécie de síntese de toda a essência do gênero.
Desde sua estreia em abril do ano passado, Cantando na Chuva, que ao final havia custado US$ 2,5 milhões, foi um sucesso de bilheteria. Foram vendidos milhares de guarda-chuvas, impermeáveis e outros artigos que multiplicaram os ganhos da Metro Goldwyn Mayer em Merchandising.
Cantando na Chuva, definitivamente, é uma grande homenagem e uma declaração de amor a Hollywood.
* O texto acima foi elaborado como proposta da disciplina Mídia e Cultura popular da minha pós-graduação. A ideia era narrar um fato cultural que aconteceu antes de 1960, como se estivéssemos presentes na data escolhida. O tema que eu escolhi foi o musical "Cantando na Chuva" de 1952, que no ano seguinte teve duas indicações ao Oscar. Para tecer o texto foram necessárias muitas pesquisas em livros, sites e jornais antigos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário