quarta-feira, 21 de julho de 2010

Análise do infográfico online “A peek into Netflix queues” do jornal The News York Times



No infográfico onlineA peek into Netflix Queues” (Uma olhada por dentro das listas da Netflix) publicado pelo jornal estadunidense The New York Times em janeiro de 2010 observa-se o levantamento de dados dos filmes mais alugados de 2009, via Netflix, um serviço de aluguel de filmes e games pela internet, nas 12 regiões mais populosas dos Estados Unidos.

A organização desse cruzamento de informações aliada aos dados extras, como média de avaliação dos filmes dada pela imprensa e crítica do jornal à obra, chamaram a atenção de internautas e profissionais da área. O infográfico recebeu mais de 130 comentários e um convite da Society of News Design (Sociedade de Design de Notícias) para que os criadores explicassem em um artigo todo o processo de criação.

The New York Times “A peek into Netflix queues” foi criado por Amanda Cox, Matthew Bloch, Jo Craven McGinty e Kevin Quealy (editor gráfico) e direção gráfica de Steve Duenes e Matt Ericsson.

O editor gráfico do projeto, Kevin Quealy, relatou no artigo “The making of the NYT’s Netflix graphic”, no site da SND, que a parte mais difícil da criação do trabalho foi o desenho da interface. “A ideia era criá-la facilmente navegável para que o usuário acessasse os dados de forma interativa”, conta. Ele queria que os leitores fossem capazes de encontrar um filme rapidamente, e acima de tudo, dar a eles uma idéia de quais filmes eram mais populares e quais foram mais aclamados pela crítica.


Kevin Quealy diz ter esboçado umas dez versões da interface, mas nenhuma era boa: “Existem dois principais elementos de navegação – cidades e filmes – mas o mapa, em si, ainda precisaria ser o foco do gráfico.”
Na versão final do infográfico, o menu de regiões (quadrados abaixo) subiu para a lateral direita do mapa.


De fato, uma página visualmente agradável para que o internauta consiga entender claramente as possibilidades de navegação representa um grande desafio.

Foram relacionados os dados de Metascore, os dados de aluguéis da Netflix, as regiões dos Estados Unidos e a crítica do jornal NYT.

Cruzamento de informações : dados de Metascore (acima, esquerda), os dados de aluguéis da Netflix (abaixo, esquerda), as regiões dos Estados Unidos (acima, direita) e a crítica do jornal NYT (abaixo,direita)






A interatividade do infográfico é simples (fácil), pois com poucos cliques a informação é atualizada sem a necessidade de recarregar a página. A interface é limpa, ou seja, não há acúmulo de dados ou exagero de cores. Isso possibilita a fácil navegação no site, além de não causar dispersões por parte do leitor.

O infográfico possibilita ao internauta a análise por filme (o sucesso de um filme em 12 regiões diferentes) ou por região (quais filmes foram mais bem sucedidos em determinada região).

Além disso, o internauta tem a possibilidade de ler as críticas escritas pelos próprios jornalistas do NYT.

Mesmo o infográfico possuindo um grande banco de dados, a transmissão das informações não foi prejudicada devido a elaboração de uma arquitetura eficiente.

Leia mais sobre a arquitetura da informação do infográfico em http://www.scribd.com/doc/34622850

sábado, 17 de julho de 2010

As línguas mais faladas no mundo

Aproveitando o tema do post anterior, que tal conferir a lista das 50 línguas mais faladas?


1. Mandarim (chinês) - Brunei, Camboja, China, Indonésia, Malásia, Mongólia, Filiipinas, Singapura, África do Sul,Taiwan, Tailândia.
Total de falantes em milhões:    885,0


2. Espanhol -  Andorra, Argentina, Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiné Equatorial, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Espanha, Uruguai, Estados Unidos, Venezuela.
Total de falantes em milhões:  332,0

3. Inglês -  Austrália, Botsuana, Brunei, Camarões, Canadá, Eritréia, Etiópia, Ilhas Fiji, Gâmbia, Guiana, Índia, Irlanda, Israel, Lesoto, Libéria, Malásia, Micronésia, Namíbia, Nauru, Nova Zelândia, Palau, Papua-Nova Guiné, Samoa, Seychelles, Serra Leoa, Singapura, Ilhas Salomão, Somália, África do Sul, Suriname, Suíça, Tonga, Reino Unido, Estados Unidos, Vanuatu, Zimbábue, e diversas ilhas do Caribe.
Total de falantes em milhões:   322,0

4. Bengali -  Bangladesh, Índia, Singapura.
Total de falantes em milhões: 189,0

5. Hindi - Índia, Nepal, Singapura, África do Sul, Uganda.
Total de falantes em milhões:  182,0

6. Português -  Angola, Brasil, Cabo Verde, França, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe.
Total de falantes em milhões:   170,0

7. Russo -  China, Israel, Mongólia, Rússia, Estados Unidos.
Total de falantes em milhões:  170,0

8. Japonês -  Japão, Singapura, Taiwan.
Total de falantes em milhões:   125,0

9. Alemão -  Áustria, Bélgica, Bolívia, República Checa, Dinamarca, Alemanha, Hungria, Itália, Casaquistão, Liechtenstein, Luxemburgo, Paraguai, Polônia, Romênia, Eslováquia, Suíça.
Total de falantes em milhões:  98,0

10. Chinês -  China.
Total de falantes em milhões:  77,2

11. Javanês -  Indonésia, Malásia, Singapura.
Total de falantes em milhões:   75,5

12. Coreano -  China, Japão, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Singapura, Tailândia.
Total de falantes em milhões:  75,0

13. Francês -  Andorra, Bélgica, Burkina Fasso, Burundi, Camarões, Canadá, Congo, Zaire, Djibuti, França, Gabão, Guiné, Haiti, Luxemburgo, Mauritânia, Mônaco, Ruanda, Senegal, Seichelles, Suíça, Vanuatu.
Total de falantes em milhões:   72,0

14. Vietnamita -  Vietnã, China.
Total de falantes em milhões:   67,7

15. Telugo -  Índia, Singapura.
Total de falantes em milhões:   66,4

16. Cantonês (chinês) -  Brunei, China, Costa Rica, Indonésia, Malásia, Panamá, Filipinas, Singapura, Tailândia, Vietnã.
Total de falantes em milhões:  66,0

17. Marati -  Índia.
Total de falantes em milhões:  64,8

18. Tâmil -  Índia, Malásia, Ilhas Maurício, Singapura, África do Sul, Sri Lanka.
Total de falantes em milhões:  63,1

19. Turco -  Bulgária, Chipre, Grécia, Macedônia, Romênia, Turquia, Usbequistão.
Total de falantes em milhões:  59,0

20. Urdu -  Afeganistão, Índia, Ilhas Maurício, Paquistão, África do Sul, Tailândia.
Total de falantes em milhões:  58,0

21. Min nan (chinês) -  Brunei, China, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Taiwan, Tailândia.
Total de falantes em milhões:  49,0

22. Jinyu (chinês) -  China.
Total de falantes em milhões:  45,0

23. Gujarati -  Índia, Quênia, Paquistão, Singapura, África do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia, Zimbábue.
Total de falantes em milhões:  44,0

24. Polonês -  República Checa, Alemanha, Israel, Polônia, Romênia, Eslováquia.
Total de falantes em milhões:  44,0

25. Egípcio -  Egito.
Total de falantes em milhões: 42,5

26. Ucraniano -  Polônia, Eslováquia, Ucrânia.
Total de falantes em milhões:  41,0

27. Italiano -  Croácia, Eritréia, França, Itália, San Marino, Eslovênia, Suíça.
Total de falantes em milhões:  37,0

28. Xiang (chinês) -  China.
Total de falantes em milhões:  36,0

29. Malaio -  Índia, Singapura.
Total de falantes em milhões: 34,0

30. Hakka (chinês) -  Brunei, China, Indonésia, Malásia, Panamá, Singapura, Suriname, Taiwan, Tailândia.
Total de falantes em milhões:  34,0

31. Kannada -  Índia.
Total de falantes em milhões:  33,7

32. Oriya -  Índia.
Total de falantes em milhões:  31,0

33. Panjabi (ocidental) -  Índia, Paquistão.
Total de falantes em milhões:  30,0

34. Sunda -  Indonésia.
Total de falantes em milhões:  27,0

35. Panjabi (oriental) -  Índia, Quênia, Singapura.
Total de falantes em milhões:  26,0

36. Romeno -  Hungria, Israel, Moldávia, Romênia, Sérvia e Montenegro, Ucrânia.
Total de falantes em milhões:  26,0

37. Bhojpuri -  Índia, Ilhas Maurício, Nepal.
Total de falantes em milhões:  25,0

38. Azerbaijano -  Afeganistão, Irã, Iraque, Síria, Turquia.


Total de falantes em milhões:  24,4

39. Farsi (ocidental)  -  Irã, Iraque, Omã, Catar, Tajiquistão, Emirados Árabes Unidos.
Total de falantes em milhões:  24,3

40. Maitili -  Índia, Nepal.
Total de falantes em milhões:  24,3

41. Hauçá -  Benin, Burkina Fasso, Camarões, Gana, Nigéria, Níger, Sudão, Togo.
Total de falantes em milhões:  24,2

42. Algeriano -  Argélia.
Total de falantes em milhões:  22,4

43. Birmanês  -  Bangladesh, Mianmá.
Total de falantes em milhões:  22,0

44. Servo-croata - Bósnia-Herzegovina, Croácia, Macedônia, Sérvia e Montenegro, Eslovênia.
Total de falantes em milhões:  21,0

45. Gan (chinês) - China.
Total de falantes em milhões:  20,6

46. Awadhi  -  Índia, Nepal.
Total de falantes em milhões:  20,5

47. Tailandês -  Singapura, Tailândia.
Total de falantes em milhões:  20,0

48. Holandês -  Bélgica, França, Países Baixos, Suriname.
Total de falantes em milhões:  20,0

49. Iorubá -  Benin, Nigéria.
Total de falantes em milhões:  20,0

50. Sindi  - Afeganistão, Índia, Paquistão, Singapura.
Total de falantes em milhões:  19,7


Observações importantes
• Muitas das línguas da tabela são, tecnicamente, dialetos. Mas elas foram listadas de modo separado porque são suficientemente diferentes umas das outras para serem mutuamente incompreensíveis.
• Entre os países listados nos idiomas espanhol, inglês, português, francês e servo-croata não estão incluídos aqueles nos quais menos de 1% da população fala tal idioma como primeira língua.
• A população de falantes por idioma é apenas estimada. O idioma servo-croata é também denominado sérvio, croata ou bósnio, dependendo do grupo étnico ou político dos falantes.

Informações obtidas no Klickeducação

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Diversidade linguística está em ameaça de extinção

Você sabia que existem quase 7000 línguas faladas no mundo e que a metade está ameaçada de extinção?

A cada duas semanas, morre um idioma no planeta, adverte a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Metade delas pode desaparecer antes que sejam registradas e documentadas.

Com o desaparecimento de um idioma, perde-se um legado cultural de poesias, lendas, ditados e piadas, adverte a Unesco. Segundo a organização, as razões para a extinção seriam guerras e desterros, migração e a mistura de diferentes línguas.


Menina lê iídiche, língua germânica ameaçada.

O etnolinguista K.David Harrison em parceria com a Pop! Tech, a plataforma online de legendagem dotSUB e a National Geographic tenta solucionar o problema da extinção de línguas ajudando a mobilizar um público global para evitar a perda do conhecimento humano e da cultura.

Escolha o idioma e assista ao vídeo da conferência em que David Harrison fala sobre as Tendências local e global de extinção de línguas.


Esse é um problema sério e alarmante que vem acontecendo sistematicamente e passa despercebido por muitos.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Cantando na Chuva é um dos indicados ao Oscar

* Sexta, 10 de janeiro de 1953



Por Érika Lima

O surpreendente musical Cantando na Chuva está dentre os indicados ao grande prêmio da academia nas categorias melhor atriz coadjuvante (Jean Hagen) e melhor trilha sonora (Lennie Hayton). A cerimônia da 25º edição do Oscar será transmitida pela TV no dia 19 de março. Aliás, pela primeira vez na história do cinema, o evento que acontecerá no RKO Pantages Theater, em Hollywood, poderá ser visto por milhões de americanos.

Cantando na Chuva tornou-se popular pela cena em que Gene Kelly dramatizou a dança na chuva com tamanha naturalidade, que o fez parecer flutuar pela rua, com exuberância alegre e juvenil. Ele recebeu no ano passado um Oscar honorário em reconhecimento à sua versatilidade como ator, cantor, diretor e dançarino, além de sua contribuição para o aperfeiçoamento da arte da coreografia no cinema.

Kelly não só atuou mas também dirigiu o filme em parceria com o diretor Stanley Donen. Os roteiristas contratados pelo produtor Arthur Freed ambientaram o musical para o ano de 1927, quando surgiram os primeiros filmes chamados “talkies” e Hollywood sofreu o choque do cinema falado. Nesse período de transição do cinema mudo ao sonoro surgem os musicais. O novo gênero foi um sucesso, principalmente na época que coincide com a Depressão dos anos 30 decorrente do “crack” da Bolsa de Nova York. Diante dessa fase difícil, as pessoas buscavam diversão e os musicais proporcionavam esses momentos.

Como o som e a música atraíam o público, os produtores viam nos filmes sonoros, em especial os musicais, um grande potencial financeiro. Assim, não só a indústria cinematográfica teve que se adequar ao uso do som em seus filmes, mas também os atores precisaram superar as dificuldades do novo método, principalmente com relação à voz, o que os levou a procura de professores de dicção. Claro que alguns deles se negaram a trabalhar sob o efeito de tal novidade, como o formidável Charles Chaplin ao declarar na época que “O som aniquila a grande beleza do silêncio!".

É nesse contexto que a trama tem início. Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen), dois grandes astros do cinema mudo, chegam ao conhecido Grauman's Chinese Theater onde haveria a estréia do filme O Patife Real estrelado por eles. Na saída, Don foge da multidão pulando sobre as capotas de carros, até cair dentro do conversível de Kathy Selden (Debbie Reynolds). A garota afirma ser uma atriz de teatro e não conhecer a fama dele no cinema. Ela diz que basta assistir um filme para conhecer todos os outros, e que é no teatro que existem atores de verdade. Eles brigam e ela foge. Isso deixa Don preocupado com a qualidade de sua interpretação e alguma semanas depois ele desabafa com seu amigo e pianista Cosmo (Donald O’Connor). Nesse ponto inicia-se um dos melhores e também mais divertido dos números do musical, “Make’em Laugh”, interpretado por O’Connor, que está, sem dúvida, sensacional e hilário.

Durante a produção do próximo filme estrelado por Don e Lina, O Cavaleiro Duelante, o produtor entra em cena e, como o primeiro filme falado O Cantor de Jazz está sendo um grande sucesso, ele exige que a nova produção seja sonora também. Lina, por ter uma voz estridente e uma pronúncia lastimável, torna-se um empecilho e uma preocupação para Don. Na verdade Jean Hagen não tinha aquela voz, mas interpretou tão bem a personagem, que sua indicação para o Oscar foi mais do que justa.

Kathy e Don se reconciliam e ele se declara para ela. Cosmo ajuda Don a pensar em como resolver o problema com o filme. Ele sugere que seja feito um musical no qual Kathy dublaria Lina. Alegre com a solução do problema e depois de ter beijado Kathy na porta da casa dela, Don sai pela rua dançando e cantando na chuva. Nesta cena a chuva foi feita com a mistura da água e leite para aparecer melhor na tela, Além disso, Kelly a realizou queimando em febre.

No dia seguinte, Don expõe a idéia ao produtor do filme. Ele gosta da possibilidade de fazer um musical e muda o nome do filme que se chamaria O Cavaleiro Duelante para O Cavaleiro Dançante. Ao expor suas idéias, Kelly narra um número no qual ele e a estonteante Cyd Charisse dançam. A estréia do filme faz um grande sucesso e o público pede que Lina cante. Don pede para Kathy dublar Lina por trás das cortinas, e quando ela o faz, as cortinas sobem e todos descobrem que a portadora daquela bela voz é na verdade Kathy Selden. O filme termina com o casal diante do cartaz de Singing in the Rain (Cantando na Chuva), produção na qual eles são os protagonistas.

Todas as características do cinema musical das décadas anteriores foram reunidas por Stanley Donnen e Gene Kelly, que conseguiram realizar uma espécie de síntese de toda a essência do gênero.

Desde sua estreia em abril do ano passado, Cantando na Chuva, que ao final havia custado US$ 2,5 milhões, foi um sucesso de bilheteria. Foram vendidos milhares de guarda-chuvas, impermeáveis e outros artigos que multiplicaram os ganhos da Metro Goldwyn Mayer em Merchandising.

Cantando na Chuva, definitivamente, é uma grande homenagem e uma declaração de amor a Hollywood.


* O texto acima foi elaborado como proposta da disciplina Mídia e Cultura popular da minha pós-graduação. A ideia era narrar um fato cultural que aconteceu antes de 1960, como se estivéssemos presentes na data escolhida. O tema que eu escolhi foi o musical "Cantando na Chuva" de 1952, que no ano seguinte teve duas indicações ao Oscar. Para tecer o texto foram necessárias muitas pesquisas em livros, sites e jornais antigos.